Você já ouviu falar do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)? Trata-se de um distúrbio neurobiológico que afeta crianças, adolescentes e adultos, impactando em suas vidas diárias.
Com uma estimativa de afetar aproximadamente 5% das crianças em idade escolar e 2-4% dos adultos globalmente, o TDAH é um tema relevante que requer nossa atenção.
Neste artigo, vamos explorar em detalhes o universo do TDAH, abordando suas causas, sintomas e os tratamentos disponíveis. Você descobrirá como esse transtorno pode afetar as relações pessoais, o desempenho acadêmico e o sucesso profissional. Confira!
O que é o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH)?
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), como o próprio nome sugere, é um distúrbio que envolve a dificuldade em manter a atenção, combinada com impulsividade e inquietude motora.
Esse transtorno tem origens multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, ambientais e biológicos, sendo mais comumente identificado na infância.
Dentre as principais características do TDAH, destacamos a desatenção, impulsividade e hiperatividade, também conhecida como inquietude motora. Em alguns lugares, o transtorno leva o nome de Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA).
E, embora os sinais do TDAH estejam presentes desde a infância, eles se tornam mais evidentes durante a fase escolar, quando a criança ingressa em um novo ambiente de interação e aprendizado.
Isso porque é nesse momento que as dificuldades se tornam mais pronunciadas, o que também facilita o diagnóstico de outros transtornos de aprendizagem, como a discalculia e dislexia.
O TDAH afeta aproximadamente 8% da população infantil no Brasil e em todo o mundo, conforme a Associação Brasileira do Déficit de Atenção. No entanto, a prevalência desse transtorno é reduzida em adultos.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, estima-se que cerca de 2,5% da população adulta seja afetada pelo TDAH, sendo mais comum em pessoas do sexo masculino.
Por isso, é importante compreender essas estatísticas e características do TDAH. Assim, podemos identificar e fornecer o suporte necessário às pessoas que vivenciam esse transtorno.
Deste modo, com um maior entendimento, podemos promover uma abordagem mais inclusiva e efetiva para lidar com os desafios enfrentados por aqueles que convivem com o transtorno.
Causas e fatores de riscos associados ao TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é amplamente pesquisado em todo o mundo, despertando interesse devido à sua prevalência e impacto na vida das pessoas afetadas.
Atualmente, a compreensão sobre as origens do TDAH aponta para uma combinação de diversos fatores que contribuem para o seu surgimento. Esses fatores envolvem aspectos genéticos, alterações no funcionamento cerebral e influências do ambiente.
Quer entender mais sobre cada um desses fatores de riscos? Acompanhe a leitura dos tópicos seguintes e compreenda como eles se interligam e influenciam no desenvolvimento do transtorno.
Genética
A genética e a hereditariedade desempenham um papel importante no Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Estudos mostram haver uma predisposição genética para o desenvolvimento desse quadro.
Por exemplo, ter um ou ambos os pais com TDAH aumenta a probabilidade de uma criança desenvolver o transtorno. Estima-se que a contribuição genética seja de cerca de 70 a 80%. No entanto, essa condição não se desenvolve por um único gene, mas sim por uma combinação complexa de genes e fatores ambientais.
Fatores ambientais
Além dos fatores genéticos, os fatores ambientais também desempenham um papel importante no desenvolvimento do TDAH. Nesse sentido, as exposições a toxinas durante a gestação, complicações durante a gravidez e o ambiente familiar podem influenciar o surgimento do transtorno.
Esses fatores interagem com os genes relacionados ao transtorno, aumentando o risco de desenvolvimento. Por isso, compreender essa interação é crucial para implementar estratégias de prevenção e intervenção adequadas.
Alterações cerebrais
As alterações cerebrais desempenham um papel significativo no TDAH. Estudos mostram diferenças na estrutura e funcionamento do cérebro em pessoas com o transtorno, especialmente no córtex pré-frontal, corpo estriado e cerebelo.
Isso quer dizer que essas diferenças podem afetar o controle executivo, regulação emocional e atenção. Assim como desequilíbrio nos neurotransmissores, como dopamina e noradrenalina também podem ser envolvidos.
No entanto, as alterações cerebrais não devem ser vistas como única causa do transtorno, uma vez que interagem com os outros fatores citados, genéticos e ambientais. Ou seja, é a compreensão dessas alterações que ajuda no desenvolvimento mais adequado das abordagens terapêuticas e medicamentosas.
Sintomas e Características do TDAH
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é caracterizado por uma combinação de sintomas que afetam a atenção, controle impulsivo e a hiperatividade. Esses sintomas variam em intensidade e manifestação em cada indivíduo.
Dentre os principais sintomas, destacamos a desatenção. Isto é, pessoas com TDAH apresentam dificuldade em prestar atenção aos detalhes, manter o foco em tarefas, seguir instruções e concluir atividades. Elas podem parecer distraídas e costumam se esquecer de compromisso e perder objetos com frequência.
A impulsividade é outro sintoma característico do TDAH. Neste caso, as pessoas apresentam dificuldades em esperar sua vez, interrompem os outros, agem impulsivamente sem pensar nas consequências e possuem dificuldades para controlar impulsos emocionais.
Já a hiperatividade fica mais evidente nas crianças com transtorno, mas também pode persistir na adolescência e na vida adulta. Com isso, essas pessoas tendem a ser inquietas, agitadas, e muitas delas não conseguem ficar sentadas por longos períodos.
Além disso, elas falam demais e parecem estar sempre “ligadas no 220”. No entanto, vale destacar que nem todas as pessoas com TDAH apresentam todos os sintomas relacionados acima.
Isso porque alguns indivíduos podem ter predominância de sintomas de desatenção, enquanto outros podem ser mais hiperativos e impulsivos. Afinal, os sintomas também variam conforme o tempo e as situações.
Tipos de TDAH
Existem três tipos de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) reconhecidos pelos critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Veja um pouco sobre cada um:
- TDAH Desatento: Neste tipo, os sintomas principais se relacionam com a desatenção. Essas pessoas possuem muita dificuldade em prestar atenção aos detalhes, manter o foco em tarefas e parecem estar sempre distraídas;
- TDAH Hiperativo-Impulsivo: Aqui, as pessoas são excessivamente inquietas, têm dificuldades em ficar sentadas, falam demais e agem sem pensar nas consequências;
- TDAH Combinado: esta categoria envolve uma combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. É o tipo mais comum, onde a pessoa apresenta sintomas das duas áreas: tanto de desatenção quanto de hiperatividade.
Apesar dessa classificação, ressaltamos que cada pessoa com transtorno é única e pode apresentar uma combinação específica de sintomas e características. Portanto, apenas um profissional de saúde qualificado, com base na avaliação individualizada consegue apresentar um diagnóstico e tratamento adequados.
Estratégias e tratamentos para o TDAH
No tratamento do transtorno, é fundamental adotar uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais da saúde, educação e família. Uma combinação de estratégias terapêuticas traz benefícios significativos para aqueles que convivem com o TDAH.
Deste modo, o tratamento adequado permite que essas pessoas desenvolvam habilidades de enfrentamento e alcancem seu potencial máximo. A seguir, veja algumas estratégias de tratamento para o TDAH:
- Psicoeducação: informar a pessoa com TDAH e sua família sobre o transtorno, suas característica e desafios ajudam a compreender melhor a condição e desenvolver estratégias de manejo;
- Terapia Comportamental: a terapia comportamental, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar a pessoa a desenvolver habilidades de organização, controle de impulsos e gerenciamento adequado do tempo, enfrentando melhores os desafios do dia a dia;
- Suporte educacional: é essencial fornecer suporte e adaptações no ambiente educacional para atender às necessidades da pessoa com TDAH. Isso inclui estratégias de ensino diferenciadas, usos de recursos visuais, apoio de tutores ou educadores especializados;
- Uso de medicamentos: em alguns casos, a medicação pode ser recomendada para auxiliar no controle dos sintomas. Em geral, estimulantes são os mais comuns, pois ajudam a melhorar a atenção e reduzir a hiperatividade;
- Apoio psicossocial: o suporte emocional e social desempenham um papel importante no manejo do TDAH. Nesse sentido, grupos de apoio, aconselhamento individual ou familiar fornecem um espaço seguro para compartilhar experiências e obter suporte.
Por fim, é importante lembrar que o tratamento do TDAH é individualizado e deve ser adaptado às necessidades de cada pessoa. Sendo assim, como psicóloga, estou aqui para oferecer suporte, orientação e estratégias personalizadas que auxiliem no manejo do transtorno e na promoção do bem-estar.
Se você ou alguém que você conhece está lidando com o TDAH, entre em contato e não hesite em buscar ajuda profissional para iniciar uma jornada de compreensão, autodesenvolvimento e superação!